Foto ilustrativa
O Vale do Javari, onde houve o bárbaro duplo homicídio do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips, vem sendo considerado o campo minado da Amazônia brasileira. É dessa região que os criminosos seguem suas demandas para o gigante rio Solimões para alcançar o mundo. A facilidade com que os criminosos estão agindo é uma demonstração da falta de controle da soberania nacional nessa imensa região.
Os resultados dessas atuações criminosos são terríveis. Tudo que se extrai ilegalmente dentre madeiras e minérios são comercializados também de forma ilegal e o Brasil não arrecada nada em impostos ou tributos. É um imenso prejuízo que poderia estar rendendo valores se fossem efetuados de forma legal.
Tem ainda o prejuízo ambiental, pois os criminosos não atuam de forma sustentável e os danos causados são extremamente prejudiciais. Outro reflexo horrível é o aumento da violência e criminalidade. Desde 2018, o Norte se tornou a região com maior taxa de assassinatos. Nos últimos dez anos, os assassinatos dispararam e atingem 77% da proporção nacional em conflitos agrários. Nada é novidade no que vem acontecendo na Amazônia. As informações não recebem o tratamento devido e o descaso vem tornando o Norte sangrento.
Para ter noção dessa fragilidade, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que tem mil agentes por dia atuando na vigilância, nos 14 estados de fronteiras secas com outros países sulamericanos. A dimensão desse espaço é de 17 mil quilômetros, e assim, a soma fica 17 agentes para cada mil quilômetrosuma proporção que não dá para segurar tudo o que passa por esses limites.
É preciso um plano audacioso e imediato para conter o avanço do crime organizado na Amazônia, que vem causando mortes, destruição ambiental, evasão de divisas e muitos outros prejuízos ao povo e ao País.
Fonte: Diário da Amazônia
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